terça-feira, 14 de junho de 2016

FENITOÍNA SÓDICA

Indicações: Convulsões tônico-clônicas generalizadas. Convulsões parciais. Estado de mal epiléptico. Profilaxia e tratamento de convulsões associadas a neurocirurgia ou traumatismo cranioencefálico grave.

Contraindicações: Hipersensibilidade às hidantoínas. Porfiria aguda. Bradicardia sinusial. Bloqueio sinoatrial. Bloqueio AV de graus 2 e 3. Síndrome de Stokes-Adams (uso parenteral).

Precauções: Usar com cuidado nos casos de: Diabetes melito (hiperglicemia); Hipotensão; Insuficiência cardíaca congestiva; Insuficiência hepática; História de doença renal ou hepática (não devem receber o regime de dose oral de ataque). Uso de álcool (uso agudo: eleva os níveis plasmáticos de fenitoína; uso prolongado: reduz os níveis); Suspensão do tratamento (pode precipitar estado epiléptico; suspensão deve ser gradual); HLA-B * 1502-positivos, mais comuns no Sul da Ásia, incluindo asiáticos índios (aumento do risco de síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica; evitar utilizar como uma alternativa para carbamazepina em pacientes com teste positivo para esse alelo); Monitorar contagem de células sanguíneas; Evitar extravasamento (soluções alcalinas são irritantes para os tecidos); Categoria de risco na gravidez (ADEC): D.

Efeitos adversos: Prurido, erupção cutânea, síndrome de Stevens-Johnson, dermatose bolhosa, erupção purpúrea, escarificação, necrólise epidérmica tóxica, lúpus eritematoso sistêmico. Agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia, pancitopenia, transtorno granulocitopêmica.; Obstipação, hiperplasia gengival, náuseas, vômitos; Hepatotoxicidade, hepatite tóxica, dano hepático; Osteomalácia; Confusão mental, nervosismo, nistagmo, ataxia, problemas de coordenação, encefalopatia, cefaleia, insônia, fala emplastada, parestesia, vertigem, coreoatetose; Nefrotoxicidade; Alteração na função respiratória: pneumonia, fibrose pulmonar, insuficiência respiratória e infiltrado pulmonar.

Interações Medicamentosas: Beclamida; Delavirdina; Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum);Imatinibe; Irinotecano; Lidocaína; Lopinavir; Posaconazol; Ranolazina; Tacrolimo; Metotrexato; Voriconazo.

Fonte: GUIA FARMACOTERAPÊUTICO; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE 2013, Manaus.

Thaynara Albuquerque

CLORIDRATO DE CLOMIPRAMINA

Indicações: Tratamento de distúrbios do pânico, associado ou não a agorafobia. Tratamento de transtorno obsessivo-compulsivo.

 Contraindicações: Distúrbios da condução cardíaca e infarto do miocárdio recente. Insuficiência hepática. Hipersensibilidade ao fármaco ou a outros antidepressivos tricíclicos. Fase maníaca do transtorno bipolar. Uso de inibidores da MAO nos últimos 14 dias. Crianças com menos de 10 anos

Precauções: A dose diária deve ser administrada após as refeições. Nos distúrbios obsessivo-compulsivos, a suspensão deve ser gradual (25% da dose a cada 2 meses). O início de efeito é lento, podendo ocorrer nos primeiros dias uma piora do quadro.  Para o sucesso do tratamento, é importante informar ao paciente sobre a latência de efeito. Benzodiazepínicos podem ser empregados concomitantemente nas primeiras semanas, durante a latência do antidepressivo. Cautela em cardiopatas, nefropatas, epilépticos, idosos, portadores de hipertrofia prostática, hipertireoidismo, glaucoma, asma, alcoolismo e em pessoas com idéias suicidas ou distúrbios da cognição.  Em feocromocitoma, psicoses e uso concomitante com anestésicos há risco de potencializar arritmias e hipotensão. Lactação. Categoria de risco na gravidez (FDA): C.

Efeitos adversos: Sedação (acima de 10%), tontura (acima de 10%), insônia (acima de 10%), cefaléia (acima de 10%), nervosismo (acima de 10%), fadiga (acima de 10%), tremor (acima de 10%), mioclonia (acima de 10%), anorexia (acima de 10%), hipotensão ortostática (1% a 10%), diminuição do limiar convulsivo (1% a10%), discinesias e síndrome parkinsoniana (1% a 10%), depressão medular (abaixo de 1%), convulsões (abaixo de 1%), disartria (1% a 10%), hipomnesia (1% a 10%), tremores finos de extremidade (1% a 10%).

Interações medicamentosas: A associação com inibidor da MAO deve ser evitada, pelo risco de crises de hipertensão, hiperpirexia, convulsões, coma e até mesmo morte. Os efeitos da clomipramina podem ser diminuídos por carbamazepina, fenitoína e barbitúricos, por aumento do catabolismo. Os efeitos da clomipramina podem aumentar por uso concomitante com neurolépticos, fluoxetina, cimetidina (aumento da biodisponibilidade). Efeitos anticolinérgicos podem ser acentuados com uso concomitante de antihistamínicos H1, antiparkinsonianos e neurolépticos. Diuréticos aumentam o risco de hipotensão postural. Quinidina, procainamida, formoterol, gatifloxacino aumentam sua cardiotoxicidade. Há aumento do risco de toxicidade com o lítio. Aumenta o efeito anticoagulante de varfarina.

Fonte: GUIA FARMACOTERAPÊUTICO; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE 2013, Manaus.


Thaynara Albuquerque

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Dispensa de estupefacientes/ psicotrópicos

Farmácia comunitária

As caraterísticas das substâncias estupefacientes e psicotrópicas e o facto de serem passiveis de utilização ilícita, muitas vezes associada a danos e dependência física e psicológica, sujeitam estas substâncias a um controlo rigoroso, razões pelas quais a dispensa destes medicamentos é da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos.
O regime de estupefacientes e psicotrópicos é regulamentado pelo Decreto-Lei n.º
15/93, pelo Decreto Regulamentar nº 61/94 e ainda pelo Decreto-Lei n.º 18/2009. O modelo de receita para estes medicamentos é idêntico ao modelo utilizado para os restantes medicamentos, no entanto são necessárias algumas considerações no momento da dispensa e 
faturação. Segundo a Portaria n.º 137-A/2012, a prescrição destes medicamentos não pode ser incluída numa receita onde sejam prescritos outros medicamentos. Em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos, não podendo o número total de embalagens prescritas ultrapassar o limite de duas por medicamento. Tal como em qualquer outra prescrição, é necessário confirmar a autenticidade da receita médica, e em caso de dúvidas o farmacêutico deve entrar em contacto com o médico prescritor para esclarecer a situação. O farmacêutico pode recusar a dispensa quando a receita se encontrar incompleta ou se existirem dúvidas quanto à autenticidade da receita ou identidade do doente. A recusa também é possível se tiverem decorridos mais de trinta dias sobre a data de emissão da prescrição ou se o adquirente for menor de idade e/ou portador de perturbações mentais. Assim, além de verificar se a receita cumpre os requisitos legais, iguais às das receitas normais, é ainda necessário verificar os dados do médico, os dados do adquirente, bem como as etiquetas do médico e local da consulta. A dispensa de estupefacientes e psicotrópicos conduz a um registo informático próprio. O Sifarma® não permite finalizar a venda sem que se insiram os dados necessários e obrigatórios, ou seja, os dados do utente (nome, morada, nº  do Bilhete de Identidade (BI) ou Cartão de Cidadão (CC)), data de emissão e de validade,
idade e sexo). Quando o adquirente não for o doente a quem se destina a medicação, é
também necessário recolher a identificação do adquirente (nome completo, morada, nº de BI ou CC e idade) e confirmá-la [8, 16, 22, 23].
No final da venda, a receita original é fotocopiada e é impresso um documento com os dados do utente, que é anexado a uma cópia da receita. O original da receita é enviado
para o organismo de comparticipação, e as cópias são arquivadas durante três anos na
farmácia. Mensalmente é enviada uma listagem de entradas e saídas de psicotrópicos e
estupefacientes ao INFARMED. Esta listagem é emitida em duplicado, ficando uma das cópias na farmácia, sendo ambas carimbadas e rubricadas pela DT. Anualmente a farmácia faz um balanço de entradas e saídas destes medicamentos, inventariando as existências, procedendo ao fecho das receitas no dia 31 de Dezembro. Durante o meu estágio tive várias oportunidades para dispensar Metilfenidato (Concerta®), entre outros, e para acompanhar todo o processo de dispensa de estupefacientes e psicotrópicos [8, 22, 23].


Fonte: UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciências da Saúde; Relatório de Estágio para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas (Ciclo de estudos Integrado); A reação de Michael na preparação de esteróides potencialmente bioativos Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária, Hospitalar e Investigação

Thaynara Albuquerque

Distribuição de medicamentos contendo estupefacientes e psicotrópicos

Farmácia Hospitalar

Os medicamentos EP estão sujeitos a legislação especial, nomeadamente, o DecretoLei n.º 15/93 de 22 de Janeiro, que estabelece o “Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos”, bem como a Lei n.º 45/96, de 22 de janeiro, os Decreto Regulamentares n.º 61/94, n.º28/2009, de 12 de Outubro, e a Lei n.º 13/2012, de 26 de março, que alteram e regulamentam o Decreto-Lei acima descrito. A necessidade de legislação especial prende-se com as características específicas dos EP, isto é, são fármacos que atuam no sistema nervoso central, alguns têm janela terapêutica estreita, e condicionam dependência psíquica, física, bem como fenómenos de tolerância, e portanto são passíveis de conduzir a abusos no seu consumo. Assim, todo o circuito de EP está dependente de farmacêuticos. No CHVNG/E, os EP são armazenados em dois cofres numa sala própria, de acesso restrito, e a distribuição dos EP contempla a distribuição clássica, incluindo AA, bem como distribuição para Pyxis®. A distribuição tradicional só é possível quando o Anexo X da Portaria n.º 981/98, de 8 de Junho (modelo n.º 1509 da INCM) (Anexo IX), está devidamente preenchido com: o serviço requisitante e a assinatura legível do diretor do serviço, o medicamento requisitado, a forma farmacêutica e dosagem, o nome do doente e a quantidade total requisitada. Uma vez verificado o correto preenchimento do Anexo X, o farmacêutico responsável pela área coloca os medicamentos requisitados em sacos individualizados para cada serviço e uma administrativa dá a saída informática dos medicamentos, gerando um n.º de consumo de medicamento que é anotado no Anexo X. De salientar que a satisfação de pedidos de EP são acompanhados por um registo de distribuição com numeração sequencial. Segue-se uma segunda conferência por um segundo farmacêutico que, após a análise e a verificação, assina o anexo X e coloca-o, juntamente com a medicação, na receção dos SF para que um AO do serviço requisitante efetue o transporte até ao serviço. Aquando do levantamento da medicação, o AO tem de assinar o Anexo X em local próprio, sendo o original arquivado nos SF e o duplicado segue para o serviço requisitante. A distribuição para a unidade III é muito semelhante à que ocorre para a unidade I, mas tem  como particularidade a necessidade de o farmacêutico ter que, após verificar e assinar as
requisições, fazer uma cópia dos anexos X e arquivar até à devolução dos anexos assinados. Os originais são enviados para a unidade III e serão devolvidas mais tarde já assinados. 
Alguns serviços, como a Medicina 3 e 4, a UCIM, a Cardiologia e a UCIC possuem AA de EP, assim para estes serviços, o farmacêutico responsável pela área consulta diariamente os pedidos dos serviços, que também possuem um modelo similar ao Anexo X, mas sob a forma digital, e elabora uma listagem informática, à qual segue a satisfação do pedido com dupla conferência. Para os serviços que dispõem de Pyxis® um farmacêutico verifica diariamente os stocks destes serviços, elabora uma listagem dos medicamentos que apresentem uma  quantidade inferior a 80% do stock máximo e efetua a distribuição dos medicamentos listados. Um segundo Farmacêutico confere toda a medicação, procede à transferência para o armazém do Pyxis® e efetua a reposição física dos mesmos nos respetivos serviços. Durante o estágio tive oportunidade de conferir várias requisições e acompanhar de perto todo o circuito de distribuição de EP [14-18, 20, 23].

Fonte:  UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciências da Saúde; Relatório de Estágio para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas (Ciclo de estudos Integrado); A reação de Michael na preparação de esteróides potencialmente bioativos Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária, Hospitalar e Investigação 


Thaynara Albuquerque

Inibidores de Recaptura de Serotonina e Noradrenalina (IRSN)

A venlafaxina, Duloxetina e milnaciprano inibe o mecanismo da bomba de recaptura da noradrenalina, dopamina (fracamente) e serotonina28. Sua afinidade pelo receptor noradrenérgico é dose dependente. Teoricamente não possui acção no sistema colinérgico, histamínico e no bloqueio dos receptores alfa 1 adrenérgicos, contudo apresenta efeitos colaterais característicos de ação anticolinérgica, como constipação e boca seca. Os efeitos colaterais são: náuseas, sonolência, tontura, boca seca, sudorese e insónia. Alguns doentes apresentam elevação transitória da pressão arterial (PA) dose-dependente, o que implica monitorização da PA durante o tratamento. Foram descritos casos de hiponatremia e síndrome serotoninérgica com o uso da venlafaxina10. A Duloxetina inibe fortemente a recaptação de serotonina e de noradrenalina e fracamente bloqueia a recaptação de dopamina estaria relacionada com a melhora de sintomas dolorosos em doentes portadores de neuropatia diabética.

Fonte: Artigo de revisão; Acta Med Port 2011; 24: 091-098; Drogas antidepressivas; C. Clayton AGUIAR, Thiago R. CASTRO, André F. CARVALHO, Otoni C. VALE, F. Cléa SOUSA, Silvânia M. VASCONCELOS.


Thaynara Albuquerque

Psicoestimulantes

Metilfenidato

No mercado brasileiro, o único psicoestimulante disponível é o metilfenidato, considerada droga de primeira escolha nos TDAH, tal como a dextroanfetamina, inexistente no Brasil. O metilfenidato, considerada segura e eficaz em crianças acima dos seis anos de idade, é a droga mais usada e estudada em crianças com TDAH.14 Existe menção de seu uso em crianças menores de quatro anos, mas seus efeitos colaterais são maiores e a eficácia menor, portanto, recomenda-se prudência em seu uso.16
Os psicoestimulantes estão indicados em quadros de narcolepsia, quando a reorganização do padrão de vida e de higiene do sono não são suficientes.

Fonte: Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22  s.2 São Paulo Dec. 2000; Psicofarmacoterapia; Heloisa Helena A Brasila e José F Belisário Filhob ;aServiço de Saúde Mental da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). bCentro de Estudos Cognitivos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Thaynara Albuquerque

Bupropiona

É um antidepressivo atípico com mecanismo de ação parcialmente inibitório na recaptação da noradrenalina e da dopamina. Embora não recomendada para menores de 18 anos,1 ela está sendo usada para tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em crianças. A dosagem preconizada é de 3 mg/kg/dia a 6 mg/kg/dia em duas tomadas. Seus efeitos colaterais mais freqüentes são: boca seca, náusea, cefaléia, insônia, constipação e tremor. Também pode ocorrer acatisia, tontura, taquicardia e rush cutâneo. A bupropiona pode exacerbar tiques e provocar convulsões em doses maiores, principalmente acima de 300-450 mg/dia.1

Indicações gerais

Na enurese infantil, os ADTs são a medicação de escolha, quando causas médicas foram excluídas e outras alternativas não deram resultados (limitação da ingesta hídrica ao anoitecer, urinar antes de deitar, técnica de reforço positivo). A imipramina está indicada, a partir dos seis anos de idade, em doses entre 10 mg e 50 mg, à noite ou em duas tomadas.

Fonte: Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22  s.2 São Paulo Dec. 2000; Psicofarmacoterapia; Heloisa Helena A Brasila e José F Belisário Filhob ;aServiço de Saúde Mental da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). bCentro de Estudos Cognitivos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Thaynara Albuquerque