segunda-feira, 13 de junho de 2016

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina

Os ISRS inibem de modo potente e seletivo a recaptação de serotonina (5-HT) no terminal neuronal pré-sináptico.
Em relação aos ADTs, os efeitos colaterais dos ISRS são menos intensos e freqüentes, pela sua baixa afinidade aos receptores colinérgicos, noradrenérgicos e histamínicos.
Na população jovem, seus efeitos colaterais mais conhecidos são: cefaléia, náusea, anorexia, dor abdominal, tontura, sonolência, insônia, nervosismo, ansiedade, inquietação motora (tipo acatisia), sudoração excessiva e urticária.Também há relatos de crises convulsivas, reações do tipo maniformes em adolescentes e de desinibição psicomotora. As reações do tipo maniformes parecem ser dose dependente e a desinibição psicomotora tende a aparecer nos dez primeiros dias de uso pelo aumento rápido da dosagem. Reações adversas de sangramentos espontâneos do tipo hematoma, epistaxe e sangramento de mucosa oral foram relatados tanto em adultos quanto em crianças. Se uma criança apresentar efeitos colaterais importantes com um ISRS, isso não a impossibilita de tolerar e responder bem a outro ISRS.
O ISRS deve ser iniciado em doses baixas (ex. 5 mg a 10 mg de fluoxetina), com aumento lento e progressivo. Após alcançar a dose adequada, deve-se aguardar de quatro a seis semanas para avaliar a resposta terapêutica. A retirada deve ser gradual, a cada cinco/sete dias, principalmente com ISRS de meia-vida curta (paroxetina, sertralina e fluvoxamina), para evitar "síndrome de retirada abrupta" (cefaléia, tontura, náusea, vômito, mialgia, calafrios, parestesias, irritabilidade, ansiedade intensa e problemas de sono). O tempo de aparecimento da síndrome depende do perfil farmacocinético do ISRS, variando de um a dez dias, podendo chegar a semanas com a fluoxetina.
Mesmo com poucos estudos quanto à eficácia e à segurança a curto e longo prazo em crianças e adolescentes, os ISRS vem substituindo os ADTs por não oferecerem risco de cardiotoxicidade e de letalidade por superdosagem.

Fonte: Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22  s.2 São Paulo Dec. 2000; Psicofarmacoterapia; Heloisa Helena A Brasila e José F Belisário Filhob ;aServiço de Saúde Mental da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). bCentro de Estudos Cognitivos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Thaynara Albuquerque

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